A venda de casas está a cair em Portugal. E, por conseguinte, há também menos créditos habitação a serem formalizados, dadas as elevadas taxas de juros. Este abrandamento da procura já está a ter influência nos preços das casas para comprar, que estão a estabilizar. E o que poderá acontecer no futuro? O Bankinter estima que os preços das casas em Portugal deverão subir 1,6% em 2023. E prevê mesmo que os preços possam descer 2% em 2024 e em 2025, até porque as taxas Euribor deverão permanecer altas.
Na hora de comprar casa, a maioria das famílias em Portugal recorre ao crédito habitação – e a taxa variável é a que tem maior peso no total dos contratos (representa quase 90%). Mas estes agregados têm sido confrontados com as elevadas taxas Euribor, que agravam as prestações da casa. Este cenário tem explicado a queda da venda de casas em Portugal (desceu quase 23% no segundo trimestre de 2023 em termos homólogos) e do arrefecimento na procura de crédito habitação em Portugal.
Acontece é que as taxas Euribor deverão continuar altas nos próximos anos. De acordo com as previsões mais recentes do Bankinter, assim vão evoluir estas taxas:
- Euribor a 12 meses: taxa deverá fixar-se em 4,10% em 2023. Depois descerá ligeiramente para 3,90% em 2024 e para 3,40 em 2025;
- Euribor a 3 meses: taxa deverá situa-se nos 3,70% em 2023, em 3,40% em 2024 e em 2,90% em 2025.
Portanto, desde a instituição bancária estimam que as prestações da casa não deverão encarecer nos próximos anos, mas também não vão cair de forma acentuada, pelo menos, até 2026. Isto quer dizer que as elevadas taxas de juro deverão continuar a arrefecer a procura de casas para comprar e de empréstimos habitação, o que terá influência sobre os preços, apesar da oferta habitacional ser escassa.
Neste contexto, o Bankinter assume um claro arrefecimento dos preços das casas em 2023 (+1,6%) face à valorização do ano passado (+12,7%). E admite ainda que nos próximos dois anos os preços das casas em Portugal vão descer: -2% em 2024 e -2% em 2025.
Agora, a principal incerteza passa pelo momento em que o Banco Central Europeu vai começar a descer as taxas de juro diretoras, que acabaram por ter influência na queda da Euribor e inverter este cenário. Mas essa decisão está também dependente da resiliência das economias europeias. E sobre este ponto, o Bankinter estima que a economia portuguesa vai crescer na ordem dos 2% nos próximo 2 anos e prevê que o emprego continue robusto. Ainda assim, acreditam que a inflação em Portugal vá continuar “rígida” (+4,6% em 2023; +3,4% em 2024 e +2,8% em 2025) , devido à recuperação do preço do petróleo, a alguns preços dos alimentos que se recusam a abrandar e aos efeitos menos positivos dos subsídios do Governo no lado da procura
