A venda de casas está a cair em Portugal, assim como os pedidos de crédito habitação, dada a subida abrupta dos juros e a queda do poder de compra, por via da alta inflação. Mas os desequilíbrios entre a oferta e a procura persistem, num momento em que aumentar a oferta de habitação acessível no país é o grande objetivo do Governo com o programa Mais Habitação, até para equilibrar os preços do mercado, que teimam em subir. É isso mesmo que mostram os dados do idealista: os preços das casas à venda em Portugal subiram 2,2% no segundo trimestre do ano face ao trimestre anterior. E esta é uma realidade visível em quase todo o território português, já que 12 capitais de distrito viram o custo da habitação para comprar aumentar, Lisboa (3,1%) e Porto (2,4%) inclusive.
Muito embora no arranque de 2023 os preços das casas à venda se tenham mantido estáveis, no segundo trimestre as casas voltaram a ficar mais caras. Tanto que comprar casa em Portugal passou a ter um custo de 2.536 euros por metro quadrado (euros/m2) no final do mês de junho deste ano, tendo em conta o valor mediano, segundo aponta o índice de preços do idealista. Já em relação à variação anual, os preços das casas em Portugal subiram 6,5%.
Preços das casas à venda sobem em 12 capitais de distrito
Tendo em conta 20 capitais de distrito portuguesas, verifica-se que os preços das casas para comprar subiram em 12 cidades no segundo trimestre de 2022 face ao trimestre anterior. A liderar as subidas está Viana do Castelo (17,2%), seguida de Vila Real (12,1%) e Faro (11%). Seguem-se Évora (9,7%), Coimbra (6%), Funchal (3,6%), Lisboa (3,1%), Portalegre (2,9%), Setúbal (2,7%), Porto (2,4%), Viseu (1,2%) e Aveiro (0,9%).
Por outro lado, também se observou uma descida nos valores das casas à venda em oito capitais de distrito. A descida dos preços das habitações mais expressiva foi registada na Guarda (-7,4%), seguida de Ponta Delgada (-2,4%), Castelo Branco (-2,2%), Santarém (-1,7%), Bragança (-1,3%), Beja (-1,2%), Leiria (-0,9%) e Braga (-0,8%).
Lisboa continua a ser a cidade onde é mais caro comprar casa: 5.351 euros por metro quadrado (euros/m2). Porto (3.413 euros/m2) e Funchal (2.943 euros/m2) ocupam o segundo e terceiro lugares, respetivamente. Entre as capitais de distrito que apresentam os maiores preços das casas à venda está ainda Faro (2.921 euros/m2), Aveiro (2.501 euros/m2), Setúbal (2.307 euros/m2), Évora (2.211 euros/m2), Viana do Castelo (1.850 euros/m2), Coimbra (1.843 euros/m2), Ponta Delgada (1.718 euros/m2), Braga (1.702 euros/m2), Vila Real (1.336 euros/m2), Viseu (1.334 euros/m2) e Leiria (1.309 euros/m2).
Já as cidades mais económicas para comprar uma habitação são Portalegre (717 euros/m2), Guarda (731 euros/m2), Castelo Branco (826 euros/m2), Bragança (867 euros/m2), Beja (934 euros/m2) e Santarém (1.098 euros/m2).
Casas à venda mais caras na maioria dos distritos e ilhas
Também olhando para os distritos e para as ilhas portuguesas, salta à vista que as casas voltaram a ficar mais caras na maioria dos territórios. As maiores subidas dos preços das habitações para comprar foram observadas em Castelo Branco (12,9%), Beja (10%), Viana do Castelo (9,9%), Coimbra (8,3%), Viseu (6,3%) e Vila Real (5,1%),
Com subidas dos preços das casas à venda inferiores a 5% entre o segundo trimestre de 2023 e o trimestre anterior está a ilha da Madeira (4,2%), Porto (4,2%), ilha do Porto Santo (3,8%), ilha do Faial (3,6%), ilha Terceira (3,5%), Setúbal (3%), Portalegre (3%), Leiria (2,8%), Faro (2,3%), Bragança (1,5%), Lisboa (1,2%), ilha do Pico (1,2%), Santarém (1,1%) e Aveiro (0,9%).
Já em Braga (0,1%) e na ilha de São Miguel (-0,2%) os preços das casas ficaram praticamente estáveis entre esses dois momentos, mostra o índice do idealista. Por outro lado, as casas ficaram mais acessíveis em Évora (-23,7%), na ilha de São Jorge (-6,4%) e na Guarda (-2,4%).
O ranking dos distritos mais caros para comprar casa é liderado por Lisboa (3.881 euros/m2), seguido por Faro (3.174 euros/m2), ilha da Madeira (2.570 euros/m2), Porto (2.503 euros/m2), Setúbal (2.399 euros/m2), ilha de Porto Santo (1.927 euros/m2), Aveiro (1.673 euros/m2), Braga (1.529 euros/m2), Leiria (1.515 euros/m2), ilha de São Miguel (1.509 euros/m2), Viana do Castelo (1.465 euros/m2), Évora (1.442 euros/m2), Coimbra (1.433 euros/m2), ilha do Pico (1.296 euros/m2), ilha do Faial (1.262 euros/m2), ilha de São Jorge (1.119 euros/m2) e ilha Terceira (1.109 euros/m2).
Os preços mais económicos para comprar uma habitação encontram-se na Guarda (654 euros/m2), Portalegre (663 euros/m2), Castelo Branco (858 euros/m2), Bragança (876 euros/m2), Vila Real (975 euros/m2), Viseu (998 euros/m2), Beja (1.044 euros/m2) e Santarém (1.068 euros/m2).
Região da Madeira tem casas 4,2% mais caras
Durante o segundo trimestre de 2023, os preços das casas à venda subiram em todas as regiões do país, à exceção da Região Autónoma dos Açores (-1,2%) e Alentejo (-0,5%), onde os preços apresentaram descidas.
A liderar as subidas dos preços das casas para comprar, encontra-se a Região Autónoma da Madeira (4,2%), seguida pelo Centro (3,6%), Norte (3,1%) e Algarve (2,3%). Na Área Metropolitana de Lisboa (1,2%) foi onde os preços menos subiram durante este período.
A Área Metropolitana de Lisboa, com 3.507 euros/m2, continua a ser a região mais cara para adquirir habitação, seguida pelo Algarve (3.174 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (2.560 euros/m2) e o Norte (2.119 euros/m2).
Do lado oposto da tabela encontram-se a Região Autónoma dos Açores (1.358 euros/m2), o Centro (1.403 euros/m2) e o Alentejo (1.523 euros/m2) que são as regiões mais baratas para comprar casa.
Índice de preços imobiliários do idealista
Para a realização do índice de preços imobiliários do idealista, são analisados os preços de oferta (com base nos metros quadrados construídos) publicados pelos anunciantes do idealista. São eliminados da estatística anúncios atípicos e com preços fora de mercado.
Incluímos ainda a tipologia “moradias unifamiliares” e descartamos todos os anúncios que se encontram na nossa base de dados e que estão há algum tempo sem qualquer tipo de interação pelos utilizadores. O resultado final é obtido através da mediana de todos os anúncios válidos de cada mercado.