O investimento em imobiliário que vem do outro lado do Atlântico começou a ganhar força ainda antes da pandemia, e deverá continuar a crescer em 2023. Com a valorização do dólar, espera-se que os investidores norte-americanos continuem a fazer uso do seu poder de compra superior no estrangeiro, e Portugal está na mira, tal como revela o Sotheby’s International Realty Luxury Outlook 2023, que apresenta as grandes tendências para o mercado imobiliário de luxo.
Ao lado de Espanha, Grécia, França e Itália, Portugal (Lisboa, Porto, Algarve e Madeira) já se colocou no top de destinos destes compradores de luxo vindos dos EUA. Em 2022, a Sotheby’s verificou que pela primeira vez os norte-americanos subiram ao top de investidores de imobiliário em Portugal, surgindo em primeiro lugar na compra de imóveis de luxo na região de Lisboa.
Um interesse que tem tido um crescimento consistente e que, explica a Sotheby’s Realty, “registou recentemente um novo aumento da procura quando, em novembro passado, o Turismo de Portugal fez uma ação de ativação em Times Square, Nova Iorque, a propósito do lançamento da figura de Cristiano Ronaldo no Museu Madame Tussauds”.
A segurança, qualidade de vida, hospitalidade dos portugueses, infraestruturas, educação e saúde surgem entre as qualidades mais valorizadas no país. E as que tornam o país um dos destinos favoritos para expatriados e reformados norte-americanos – e não só.
“A pandemia reforçou este interesse no imobiliário português com cada vez mais investidores a focarem-se em Portugal. Acredito que esta tendência de compradores de luxo norte-americanos se vai manter e crescer ainda mais nos próximos anos” explica Miguel Poisson, CEO da Portugal Sotheby’s Realty, citado em comunicado.
Tendências para o imobiliário de luxo em 2023
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Compra para doação
Uma das tendências que será reforçada em 2023 no mercado imobiliário de luxo é a compra para doação. A transferência de propriedades para a geração futura será benéfica, tendo em conta também a dificuldade cada vez maior dos jovens no acesso à habitação, não só em Portugal como em outros países do mundo.
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A natureza como comodidade de topo
Na era pós-pandemia assiste-se ao crescimento do interesse por propriedades de luxo localizadas perto de florestas ou montanhas ou com um espaço exterior especialmente amplo. Batizadas de ‘naturehoods’, este tipo de áreas estão a apelar cada vez mais aos investidores: Nova Zelândia, Grécia ou Itália são alguns dos países que assistem ao crescimento da tendência. E Portugal não é exceção.
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Procura de novos destinos
Os investidores já não procuram apenas os clássicos destinos para segunda-casa, e também estão cada vez mais interessados em zonas emergentes. A Cidade do México surge como um dos exemplos onde 40% das vendas foram para compradores estrangeiros e prevê-se que em 2023 esse valor ascenda a 60%. A Croácia, que acaba de entrar na zona Euro também está a registar maior procura assim como o Médio Oriente, em concreto o Egipto, que está a registar uma multiplicação dos empreendimentos de luxo.
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Aposta no metaverso
O mercado imobiliário está a crescer além das fronteiras do mundo real – para o metaverso. É expectável que tanto operações de compra como de arrendamento cresçam nesta realidade paralela. Aliás, a Sotheby’s International Realty (Florida) juntamente com a Voxel Architects e um colecionador de arte NFT, Gabe Sierra, juntaram-se para construir a Meta Residence, a primeira mansão do mundo real (em Miami) que terá uma réplica no mundo virtual (em concreto no metaverso The Sandbox) e que irá para leilão no início deste ano.
Fonte: Idealista