O custo de vida em Portugal tem vindo a agravar-se não só pela inflação, como também pelo aumento do preço das casas (embora de forma mais lenta nos últimos meses). E, em resultado, Lisboa passou a ser a 100.ª cidade do mundo mais cara para estrangeiros em 2024, subindo 17 posições neste ranking global face ao ano anterior. A nível europeu, Lisboa é a 39ª cidade que apresenta um custo de vida mais elevado.
Quem o diz é a consultora Mercer, que acabou de divulgar o ranking “Custo de Vida” relativo a 2024, o qual classifica – como o nome indica – o custo de vida de 226 cidades do mundo para expatriados a partir da análise do preço comparativo de mais de 200 categorias, como transporte, alimentação, habitação e atividades de lazer, por exemplo.
Segundo os resultados da edição de 2024 do ranking “Custo de Vida”, divulgados esta segunda-feira (dia 17 de junho), Lisboa é a 100.ª cidade mais cara do mundo para expatriados, tendo subido 17 posições por comparação com o ano anterior, revelando, assim, “um agravamento docusto de vida para quem decide vir trabalhar para a capital portuguesa”, explicam em comunicado. No panorama europeu, Lisboa ocupa a 39.ª posição.
“Empresas podem repensar a compensação associada à mobilidade, podendo, por exemplo, incluir ou reforçar apoios à habitação”, Tiago Borges, Career Business Leader da Mercer Portugal
“Os desafios do custo de vida têm um impacto significativo ao nível da mobilidade nas empresas multinacionais e nos seus colaboradores”, afirma Tiago Borges, Career Business Leader da Mercer Portugal, que considera que, por isso, “é importante que as organizações se mantenham atentas às tendências e que tenham em conta o feedback dos colaboradores, de forma que possam gerir eficazmente o impacto destas questões”, disse citado no documento.
“A subida do custo de vida leva a que os colaboradores repensem rotinas e reduzam despesas, podendo mesmo obrigar a um esforço adicional para que consigam satisfazer as suas necessidades básicas”, acrescenta. “Perante estes desafios, as empresas podem repensar a compensação associada à mobilidade, podendo, por exemplo, incluir ou reforçar apoios à habitação, prestar serviços de apoio ou explorar estratégias alternativas de atração e retenção de talento”.
O aumento do custo com habitação verificado em diversas cidades tornou a mobilidade num desafio para as organizações. A inflação é outro fator que está a diminuir o poder de compra e a exercer pressão sobre as políticas de compensação. “Esta conjuntura deverá dificultar a atração e retenção de talentos-chave, podendo aumentar os custos com benefícios/remunerações, assim como os custos operacionais e criando limitações à mobilidade dos colaboradores”, alertam desde a consultora.

Quais são as cidades do mundo com maior custo de vida? E na Europa?
O mesmo ranking revela que Hong Kong ocupa uma vez mais a primeira posição, sendo, assim, a cidade do mundo onde o custo de vida para expatriados é maior. Em segundo lugar, está Singapura. O elevado preço das habitações é o principal fator que explica o facto de estas duas cidades asiáticas estarem no topo da tabela. “Estes importantes centros económicos atraem também um elevado número de colaboradores expatriados, o que também contribui para o aumento do custo dos bens”, explica ainda a Mercer.
O top 5 das cidades mais caras para expatriados a nível mundial é completado por três cidades suíças: Zurique, Genebra e Basileia. “O elevado custo de vida da Suíça pode estar correlacionado com a sua qualidade de vida superior”, indicam. Berna, outra cidade suíça, ocupa o 6.º lugar da lista.
No contexto europeu, além das quatro cidades suíças que surgem nas primeiras posições do ranking, as cidades com o custo de vida mais caro são Londres (8.ª posição), Copenhaga (11.ª posição), Viena (24.ª posição), Paris (29.ª posição) e Amesterdão (30.ª posição).