Com os custos do crédito habitação para comprar casa a escalar, o poder de compra reduzido pela alta inflação e os preços das casas para comprar ainda a subir, há cada vez mais famílias que optam por se refugiar no mercado de arrendamento. Mas também aqui há falta de oferta habitacional para a procura de casas para arrendar, uma realidade que o Governo quer mudar com o programa Mais Habitação que está em discussão parlamentar, e visa gerar mais habitação acessível. Até agora, este desequilíbrio de mercado tem continuado a pressionar os preços das casas para arrendar em Portugal, que apresentaram uma subida de 6,1% no segundo trimestre de 2023 ano face ao trimestre anterior. Arrendar casa no país tinha um custo mediano de 14,5 euros por metro quadrado (euros/m2) no final do mês de junho, segundo o índice de preços do idealista. Já em relação à variação mensal, a subida foi de 2,5%.
Rendas das casas ficaram mais caras em quase todas as grandes cidades
No segundo trimestre, o preço das casas para arrendar subiu em quase todas as capitais de distrito do país com amostras representativas, com Coimbra (11,9%) a liderar a lista. Seguem-se ilha da Madeira (10,6%), Évora (9,7%), Faro (7,4%), Aveiro (7,3%), Setúbal (4,5%), Lisboa (4%), Leiria (3,4%), Porto (3,4%), Braga (2,5%) e Castelo Branco (0,9%). Em sentido contrário, os preços desceram em Viseu (-10,1%) e Viana do Castelo (-0,7%).
Lisboa continua a ser a cidade onde é mais caro arrendar casa: 20 euros/m2. Porto (15,3 euros/m2) e Funchal (13,3 euros/m2) ocupam o segundo e terceiro lugares, respetivamente. Seguem-se Faro (10,9 euros/m2), Aveiro (10,9 euros/m2), Setúbal (10,8 euros/m2), Évora (10,8 euros/m2), Coimbra (9,5 euros/m2) e Braga (8,3 euros/m2).
Já as cidades mais económicas para arrendar uma habitação no país são Castelo Branco (5,8 euros/m2), Viseu (6,1 euros/m2), Leiria (7,9 euros/m2) e Viana do Castelo (7,9 euros/m2),mostra o mesmo índice de preços do idealista.
Preço das casas para arrendar dispararam na ilha da Madeira – e não só
Dos distritos e ilhas analisados, os preços das casas para arrendar apenas desceram em Viseu (-5,6%), Aveiro (-2,2%) e Viana do Castelo (-1,8%). Em Santarém (0,4%), as rendas das casas mantiveram-se praticamente estáveis durante entre o segundo trimestre de 2023 e o trimestre anterior.
Por outro lado, as casas colocadas no mercado de arrendamento subiram na ilha da Madeira (18,2%), Évora (15,4%), Coimbra (15,3%), Vila Real (13,4%), Faro (7,3%), Braga (5,9%), Lisboa (4,9%), Setúbal (4,7%) e Porto (4,3%). Já as menores subidas das rendas das casas tiveram lugar em Leiria (2%), Portalegre (3,8%) e Castelo Branco (4,1%).
Sem surpresa, o ranking dos distritos mais caros para arrendar casa é liderado por Lisboa (18,1 euros/m2), seguido pelo Porto (13,4 euros/m2), ilha da Madeira (13,1 euros/m2), Faro (12,8 euros/m2), Setúbal (11,5 euros/m2), Évora (9,9 euros/m2), Coimbra (9,2 euros/m2) e Leiria (8,7 euros/m2). O custo de arrendar casa em Braga foi de 8,3 euros/m2 no final de junho, em Aveiro, de 8,3 euros/m2, e Viana do Castelo (8,0 euros/m2).
Já os preços mais económicos para arrendar uma habitação encontram-se em Viseu (5,9 euros/m2), Portalegre (6,1 euros/m2), Vila Real (6,2 euros/m2), Castelo Branco (6,3 euros/m2) e Santarém (7,1 euros/m2).
Casas para arrendar mais caras em todas as regiões
Durante o segundo trimestre, os preços das casas para arrendar subiram em todas as regiões do país. A liderar as subidas das rendas encontra-se a Região Autónoma da Madeira (18,5%), seguida pelo Alentejo (7,6%) e o Algarve (7,3%). Seguem-se a Área Metropolitana de Lisboa (5,1%), Norte (4,4%) e Centro (3,7%).
A Área Metropolitana de Lisboa, com 17,3 euros/m2, continua a ser a região mais cara para arrendar uma habitação, seguida pela Região Autónoma da Madeira (13,1 euros/m2) e Algarve (12,8 euros/m2).
Do lado oposto da tabela encontram-se o Centro (8,2 euros/m2), o Alentejo (9,4 euros/m2) e o Norte (12,2 euros/m2), que são as regiões mais baratas para arrendar casa.
Índice de preços imobiliários do idealista
Para a realização do índice de preços imobiliários do idealista, são analisados os preços de oferta (com base nos metros quadrados construídos) publicados pelos anunciantes do idealista. São eliminados da estatística anúncios atípicos e com preços fora de mercado.
Incluímos ainda a tipologia “moradias unifamiliares” e descartamos todos os anúncios que se encontram na nossa base de dados e que estão há algum tempo sem qualquer tipo de interação pelos utilizadores. O resultado final é obtido através da mediana de todos os anúncios válidos de cada mercado.
*A Região Autónoma dos Açores não foi incluída no índice de preços de arrendamento do idealista no segundo trimestre de 2023 devido à falta de representatividade da amostra.
O relatório completo encontra-se em: https://www.idealista.pt/media/relatorios-preco-habitacao/arrendamento/