Euribor volta a subir: quanto aumenta a prestação da casa em novembro?

As taxas mensais da Euribor continuaram a subir em outubro, refletindo a política monetária restritiva do Banco Central Europeu (BCE), que decidiu fazer uma pausa na subida dos juros diretores na sua última reunião. Assim, as famílias que pretendem contratar um crédito habitação a taxa variável em novembro devem preparar-se para pagar uma Euribor mais elevada (ronda os 4%), o que vai encarecer a prestação da casa, segundo mostram as simulações do idealista/créditohabitação. Este aumento também vai ser refletido nos empréstimos existentes que veem a prestação da casa a ser revista este mês.

Tal como já haviam antecipado os especialistas de mercado, o BCE decidiu fazer uma pausa na subida dos juros na reunião de outubro, deixando a taxa de refinanciamento nos 4,5 %, o maior valor registado desde 2001. Mas, ainda assim, as taxas mensais da Euribor continuam a refletir a política monetária restritiva do regulador europeu, voltando a subir para todos os prazos em outubro:

  • Euribor a 12 meses: subiu ligeiramente em outubro para 4,160%, depois de ter registado uma taxa de 4,149% no mês anterior;
  • Euribor a 6 meses: esta taxa subiu para 4,115% em outubro, mais 0,085 pontos percentuais (p.p.) face a setembro (4,030%);
  • Euribor a 3 meses: fixou-se 3,968% em outubro, mais 0,088 p.p. do que em setembro (3,880%).

Claro que a decisão do BCE tomada no passado dia 26 de outubro só se vai sentir nas taxas mensais da Euribor mais à frente. Mas os especialistas não esperam que haja uma queda da Euribor, antecipando mesmo que os juros no crédito habitação possam subir um pouco mais. A decisão do regulador europeu indica que “as taxas de juro vão continuar elevadas durante mais tempo”, o que não é uma boa notícia para as famílias, “porque certamente não vai gerar movimentos significativos na Euribor”, mantendo-se, assim, em níveis elevados, refere Miguel Cabrita, responsável pelo idealista/créditohabitação em Portugal.

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Quanto vou pagar pela prestação da casa em novembro?

Quem estiver a pensar comprar casa com um crédito habitação de taxa variável em novembro (que usa a média da Euribor de outubro) vai pagar mais de prestação da casa do que quem contratou o empréstimo no mês anterior. Isto se optar pela Euribor a 6 ou a 3 meses, tal como mostram as simulações do idealista/créditohabitação, tendo por base um novo empréstimo habitação de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos:

  • Crédito habitação com Euribor a 12 meses: quem contratar um empréstimo para comprar casa em novembro vai pagar uma prestação de 819 euros no primeiro ano, igual valor do que quem avançou com o empréstimo em outubro. A prestação da casa mantém-se igual uma vez que a Euribor a 12 meses pouco subiu neste período (apenas +0,011 p.p.);
  • Crédito habitação com Euribor a 6 meses: neste caso a prestação da casa a pagar em novembro será de 816 euros, mais nove euros do que quem se antecipou e contratou o empréstimo no mês passado. Este vai ser o valor da prestação durante 6 meses, sendo depois revista em abril;
  • Crédito habitação com Euribor a 3 meses: aqui a prestação da casa em novembro é de 802 euros, um valor que será pago nos três meses seguintes, até ser novamente atualizado. Esta prestação é oito euros superior à dos créditos habitação contratados em outubro.

O que é também bem visível é que quem comprou casa com crédito habitação há um ano (em novembro de 2022) contratou taxas bem mais baixas – Euribor a 12 meses estava nos 2,629% e a Euribor a 6 meses nos 1,997% – e, por isso, pagou prestações da casa também mais acessíveis no início do contrato (abaixo dos 700 euros). Isto quer dizer que o aumento das taxas Euribor no último ano encareceu as prestações da casa em 135 ou mais euros.

Portanto, quem contratou crédito habitação a taxa variável há vários meses está a pagar menos juros e prestações da casa mais baixas. Mas não será sempre assim. Estas famílias também vão sentir os efeitos do aumento das taxas Euribor nas prestações assim que estas forem atualizadas a 3, 6 ou 12 meses. De notar que a dimensão a subida nas prestações da casa vai depender de vários fatores, como do capital em dívida e do ano do contrato.

Há apoios ao crédito habitação reforçados

Quem já contratou um crédito habitação a taxa variável há vários meses (ou até anos), está a sentir um aumento expressivo na prestação da casa. E foi por isso mesmo o Governo desenhou (e reforçou recentemente) vários apoios ao crédito habitação que visam apoiar estes agregados, como:

  • Fixar a prestação da casa: medida entra em vigor a partir desta quinta-feira, dia 2 de novembro, dá desconto de 30% na Euribor durante 2 anos;
  • Bonificação dos juros: também foi reforçada a partir desta quinta-feira para 800 euros (ao invés de 720 euros). E ainda foram alargados os critérios para chegar a mais famílias;
  • Suspensão da comissão de amortização antecipada foi prolongada até 2024.

Além destes apoios, também estão em vigor as novas regras para renegociar o crédito habitação e a possibilidade de resgatar o Plano de Poupança Reforma (PRR) para amortizar o crédito habitação.

Quem não está abrangido por estes apoios, tem também optado por transferir o empréstimo para outro banco ou mudar para taxa mista de forma a reduzir a prestação da casa. E muitas famílias têm pedido ajuda aos intermediário de crédito habitação para o fazer.

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