É no próprio município de Lisboa que há mais pessoas a aguardar por uma casa, com 9.700 candidatos inscritos e em lista de espera.
Numa altura em que o debate em torno da habitação está na ordem do dia em Portugal, tendo o Governo apresentado o pacote Mais Habitação – está em consulta pública e tem gerado muita polémica –, sabe-se que o Estado é proprietário de muitos imóveis devolutos, entre prédios, conventos e escolas, por exemplo. Paralelamente, há mais de 23 mil pessoas (23.385) em 11 municípios da Grande Lisboa à espera de uma casa.
Segundo o Correio da Manhã, é no município de Lisboa que há mais pessoas a aguardar por uma habitação, com 9.700 candidatos (famílias/indivíduos) inscritos e em lista de espera. Seguem-se na lista Sintra, Cascais e Oeiras, com 3.000, 2.794 e 2.700 inscritos, respetivamente. Também em Loures e Setúbal há muitas pessoas à espera de uma casa: mais de mil nos dois casos.
A publicação escreve que a carência de habitação será em parte solucionada pelas 85 candidaturas, no valor de 300 milhões de euros, a programas de habitação apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), das diferentes autarquias. O problema é que a maior parte destes projetos ainda não saiu do papel, sendo que em janeiro estavam apenas aprovadas 40 candidaturas:
- 33 para habitação;
- 4 para alojamento urgente;
- 3 para alojamento estudantil.
De acordo com o jornal, as 85 candidaturas representam 3.012 fogos, o que significa que pode ser dada resposta, no máximo, a cerca de dez mil pessoas.
De recordar que a habitação está atualmente no centro do debate em Portugal, vivendo-se no país uma crise habitacional, que se agudizou nos últimos anos. De forma a mitigar o problema e aumentar a oferta de casas (sobretudo para arrendar), o Governo desenhou o pacote de medidas Mais Habitação, que está em discussão pública e a gerar uma forte onda de polémica e contestação.
